TRADUÇÃO

sábado, 25 de setembro de 2010

Educar a emoção pode ser a chave do sucesso na educação



        Vida afora, lembramos com muitos detalhes de tudo que foi muito  - ou pouquíssimo - prazeroso para nós. Tudo o que somos, pensamos e o universo de nossas emoções se produz a partir da memória. Cada idéia, reação ansiosa,  sentimento de amor ou desamor, nos integrará. Quanto maior o volume emocional, maior a chance de ser registrada, explica o psiquiatra Augusto Cury, em Pais Brilhantes & Professores Fascinantes.
Mesmo alunos bem preparados podem ir mal numa prova, se estiverem ansiosos. Ao estimularmos  a emoção dos alunos, desaceleramos seus pensamentos, melhoramos sua concentração e auxiliamos o registro privilegiado da memória. O autor apresenta na obra citada dez ferramentas psicopedagógicas que podem ser aplicadas na sala de aula. Envolvem,  basicamente,  mudanças no ambiente social e psíquico dos professores e objetivam formar pensadores, pela via da educação da emoção, da auto-estima, da solidariedade, da tolerância, da habilidade de trabalhar perdas e frustrações. 
1ª) música ambiente na sala de aula, para desacelerar o pensamento, aliviar a ansiedade, melhorar a concentração, desenvolver o prazer de aprender, educar a emoção, melhorar a qualidade do registro na memória do que está sendo trabalhado.
2ª) dispor os alunos em círculo ou em u, para desenvolver a segurança, a educação participativa, diminuir conflitos e conversas paralelas. O enfileiramento é profundamente lesivo aos alunos, causa distração, obstrui a inteligência, destrói a espontaneidade e a segurança para expor as idéias. 3ª) exposição interrogada: a arte da interrogação, com o objetivo de aliviar a SPA, Síndrome do Pensamento Acelerado, reacender a motivação, desenvolver o questionamento, enriquecer a interpretação de textos e enunciados.
4ª) exposição dialogada: a arte da pergunta, desenvolve a consciência crítica,promove o debate, estimula a educação participativa, supera a insegurança, debela a timidez e melhora a concentração.
 5ª) ser um contador de história, para desenvolver a criatividade, educar a emoção, estimular a sabedoria, expandir a capacidade de solução em situações de tensão, socializar.
6ª) humanizar o conhecimento, buscando estimular a ousadia, promover a perspicácia, cultivar a criatividade, incentivar a sabedoria, expandir a capacidade crítica, formar pesadores.
 7ª) humanizar o professor: cruzar sua história, desenvolvendo a socialização, estimulando a afetividade, construindo uma ponte produtiva nas relações sociais, estimulando a sabedoria, superando conflitos, valorizando o “ser”.
8ª) educar a auto-estima: elogiar antes de criticar, educa a emoção e a auto-estima, vacina contra a discriminação, promove a solidariedade, resolve conflitos em sala de aula e filtra estímulos estressantes.
 9ª) gerenciar os pensamentos e as emoções, tentando resgatar a liderança do eu e prevenir conflitos.
10ª) participar de projetos sociais, para  desenvolver a responsabilidade social, a cidadania, cultivar a solidariedade, expandir a capacidade de trabalhar em equipe na educação para a saúde, para a paz, para os direitos humanos. Gostei do livro e sugiro a leitura a todos os professores. Namastê!

sábado, 18 de setembro de 2010

INCLUSÃO: abra seu coração e sua mente para esta idéia contagiante!



             O planeta Terra deve ter atualmente 7 bilhões de habitantes. Destes, cerca de 600 milhões tem uma ou outra deficiência: física, auditiva, visual ou mental. Segundo a OMS, 80% deles  vive  em países em desenvolvimento;  e um terço é formado por crianças. Como na maioria destes  países não há ainda um sistema gratuito de saúde, que atenda a demanda exigida por qualquer tipo de deficiência, a OMS estima que 90% destas crianças não atingirão os 5 anos de idade.

              Você sabia que ao ser concebido  tinha 3%  de possibilidade de ter nascido com algum tipo de comprometimento, em maior ou menor grau? Mesmo tendo nascido normal,  ao longo de nossas vidas, corremos o risco  de  nos tornarmos deficientes em alguma área,  se tivermos uma a doença debilitante, como a paralisia infantil, a meningite, o diabetes, um derrame cerebral, um aneurisma,  ou  se   sofrermos algum acidente grave, que resulte num AVC.

            Diante destes dados, é bom olhar com respeito e solidariedade para os PNE, se não por humanidade, porque poderemos estar olhando para o nosso futuro ou de algum descendente nosso, que ainda nem chegou a esta sociedade, que insiste em ser segregacionista e preconceituosa.

            Quem não lembra do ator Christopher Reeve, que interpretava o Super-homem e ficou tetraplégico ao cair de um cavalo? Longe das telas hoje ele é um dos principais ativistas na luta pelo direito à reabilitação de todos os cidadãos que se tornaram deficientes. E do João do Pulo, atleta olímpico brasileiro, que perdeu a perna num acidente de carro? E o compositor e músico Herbert Viana, do Paralamas do Sucesso, que teve aquele acidente de avião ?

            Há ainda outros bem conhecidos nossos: Einstein, que descobriu a teoria da relatividade,  não falou até os 4 anos de idade e só foi ler aos 11.  Bethoven, que deixou-nos uma obra musical das mais valiosas sobre a face da terra, era surdo. Thomaz Edson, o inventor da lâmpada, foi retirado da Escola (que o considerava anormal, por possuir uma cabeça muito grande) e sua mãe passou a ensiná-lo em casa.  Aghatha Cristie, a mais famosa escritora policial de todos os tempos, ditava seus best-sellers para um gravador ou para uma secretária, por ser portadora de dislexia. Luiz Brailler, o inventor do método que leva o seu nome, era cego.  O artista plástico mineiro, Francisco Lisboa, conhecido como  Aleijadinho, produziu sua monumental obra com os tocos de mãos (destruídas pela lepra)  enrolados em panos. Evidente que nem todo o deficiente é um gênio, mas entre os ditos normais a percentagem  não é maior.
           
            Percebam o quanto é apaixonante o tema inclusão! Nós os  humanos somos seres muito especiais, com ou sem genialidade, e merecemos ser tratados com muito carinho, atenção e solidariedade. Vamos lutar para que a inclusão se instale em todos os recantos da sociedade,  sobremaneira nas escolas, preventivamente, evitando que ainda na infância o preconceito contra seu semelhante já grasse. Lembremos que o conceito de deficiência está diretamente relacionado com as limitações do indivíduo e as barreiras impostas a ele pelo meio ambiente. Pensem nisto! Namastê!

sábado, 11 de setembro de 2010

A gente quer respeito e qualidade na TV que a gente vê!


A TV, como meio de comunicação, é tão importante para a humanidade que seu desenvolvimento não pode ficar restrito à sorte do mercado ou da tecnologia. É necessário criar condições efetivas para que este meio poderoso contribua para a realização dos valores essenciais da humanidade.

Há uma década atrás, foi lançado – e assinado por personalidades como Dalai Lama e sócios da ABEPEC, Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais - o “Manifesto por uma Televisão para a Educação e a Cultura” , que recebeu o apoio irrestrito no mundo. Como sua atualidade o valida, neste artigo transcrevo sua essência, acreditando que possa interessar a pais e professores.


Súmula do Manifesto

1. A televisão, o meio de comunicação mais poderoso da atualidade, não pode limitar-se a ser uma indústria ou um simples negócio, seguindo exclusivamente a lógica do mercado de bens e serviços;
2. Deve sustentar e apoiar a educação, ampliando o conhecimento e contribuindo para o desenvolvimento do indivíduo e da coletividade, proporcionando o contexto adequado à sustentação dos valores educativos;
3. Deve cumprir a função de difusão e estímulo da criação e do conhecimento;
4. Deve ser um instrumento da formação ao longo da vida; Deve proporcionar serviços ao ensino e à formação;
5. Deve estar ao serviço da arte, de seu conhecimento e difusão; Deve estimular a criatividade e a imaginação;
6. Deve estar a serviço de uma cidadania democrática; Deve realizar a pedagogia da participação e do exercício dos direitos humanos;
7. Deve promover a riqueza da diversidade cultural e de crenças;
8. Deve estar a serviço do encontro e do descobrimento entre os povos, as pessoas e as culturas.
9. Como conseqüência de tudo isto, a televisão tem um compromisso com a qualidade dos valores que promove, com a qualidade dos produtos que difunde e com a veracidade.

Para consolidar estes princípios e valores os parlamentos e poderes legislativos devem assentar as bases jurídicas do serviço educativo-cultural da televisão de acesso universal, assegurando sua existência e desenvolvimento. Os governos e instituições governamentais devem financiar ou subvencionar o serviço público de televisão para a educação e a cultura.

Os poderes regionais e locais devem incentivar a televisão educativo-cultural como um instrumento idôneo para o apoio ao patrimônio cultural próprio e o estímulo à riqueza da diversidade, tornando compatível a multiculturalidade. Os organismos internacionais de cooperação e de desenvolvimento devem apoiar seu desenvolvimento e utilizar como veículo privilegiado de suas iniciativas e programas transnacionais.

As instituições educativas e as vinculadas ao mundo da formação devem ter assegurada a sua participação efetiva na televisão educativo-cultural. E o sistema educativo e formativo _ em toda sua extensão _ deve promover a educação para a mídia e, especialmente, a educação em televisão, como um instrumento prático para o desenvolvimento da autonomia do espectador o que no fim da conta reverte em benefício da televisão educativo-cultural e da qualidade da televisão em geral. Pensem nisso! Namastê!

sábado, 4 de setembro de 2010

O PREPARO CIENTÍFICO DOS PROFESSORES DEVE COINCIDIR COM SUA RETIDÃO ÉTICA


 A Escola de especial qualidade para todos, projetada no limiar da escola inclusiva, deve estar atenta ao investimento afetivo nas relações que se estabelecem dentro dela.

As relações na escola precisam ser estabelecidas em meio à grande quantidade de respeito, de ética e de carinho. Relações afetas à construção da cidadania, à construção de aprendizes capazes de inventar, de criar, de renovar e de descobrir fórmulas de promover a própria vida, ao apropriar-se dela com as suas mãos.

A criança deseja e necessita de: ser amada, ser aceita, ser acolhida e ser ouvida, para que possa despertar para a sua curiosidade e desejo para o aprendizado. Seria impossível entender o desenvolvimento da inteligência sem um desenvolvimento integrado e convergente dos próprios interesses e amores por aquilo que a criança olha, toca e alimenta a sua curiosidade.

Aprendizagem e afetividade caminham juntas, lado-a-lado e auxiliam na autonomia do aluno. A educação da escola especializada em todos os alunos deve ser semelhante ao que Freire nos ensinou, pois formar é muito mais do que puramente “treinar” o educando no desempenho de destrezas.

A afetividade não se acha excluída da cognoscibilidade. O professor não pode, é claro, permitir que a sua afetividade interfira no cumprimento ético do seu dever. Não se pode, por exemplo, condicionar a avaliação do trabalho escolar de um aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele.

Ética enquanto marca da natureza humana é algo absolutamente indispensável à convivência sadia e amorosa dos seres humanos e evidentemente não pode faltar na escola, ao contrário, tem que ser sua marca registrada. Como o pequeno grande mestre defendia, os educadores não podem se assumir como sujeitos da procura, da decisão, da ruptura, da opção, a não ser assumindo-se como sujeitos éticos.

Da mesma forma, ensinar, está ligado à reflexão crítica sobre a prática, pois é pensando criticamente sobre a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a de amanhã. Estabelecer uma “intimidade” entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles trazem como indivíduos é fundamental, pois ensinar, implica em rejeição à qualquer forma de discriminação, que ofenda a substantividade do ser humano e negue a democracia.

Sintetizando: ensinar exige estética e ética, decência e boniteza de mãos dadas, no dizer de Paulo Freire. Que os homens e mulheres de boa-vontade, que envergam a camiseta de bons professores, ocupem estes lugares, freireana e veementemente, esperamos! Pensem nisso! Namastê!