TRADUÇÃO

sábado, 4 de setembro de 2010

O PREPARO CIENTÍFICO DOS PROFESSORES DEVE COINCIDIR COM SUA RETIDÃO ÉTICA


 A Escola de especial qualidade para todos, projetada no limiar da escola inclusiva, deve estar atenta ao investimento afetivo nas relações que se estabelecem dentro dela.

As relações na escola precisam ser estabelecidas em meio à grande quantidade de respeito, de ética e de carinho. Relações afetas à construção da cidadania, à construção de aprendizes capazes de inventar, de criar, de renovar e de descobrir fórmulas de promover a própria vida, ao apropriar-se dela com as suas mãos.

A criança deseja e necessita de: ser amada, ser aceita, ser acolhida e ser ouvida, para que possa despertar para a sua curiosidade e desejo para o aprendizado. Seria impossível entender o desenvolvimento da inteligência sem um desenvolvimento integrado e convergente dos próprios interesses e amores por aquilo que a criança olha, toca e alimenta a sua curiosidade.

Aprendizagem e afetividade caminham juntas, lado-a-lado e auxiliam na autonomia do aluno. A educação da escola especializada em todos os alunos deve ser semelhante ao que Freire nos ensinou, pois formar é muito mais do que puramente “treinar” o educando no desempenho de destrezas.

A afetividade não se acha excluída da cognoscibilidade. O professor não pode, é claro, permitir que a sua afetividade interfira no cumprimento ético do seu dever. Não se pode, por exemplo, condicionar a avaliação do trabalho escolar de um aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele.

Ética enquanto marca da natureza humana é algo absolutamente indispensável à convivência sadia e amorosa dos seres humanos e evidentemente não pode faltar na escola, ao contrário, tem que ser sua marca registrada. Como o pequeno grande mestre defendia, os educadores não podem se assumir como sujeitos da procura, da decisão, da ruptura, da opção, a não ser assumindo-se como sujeitos éticos.

Da mesma forma, ensinar, está ligado à reflexão crítica sobre a prática, pois é pensando criticamente sobre a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a de amanhã. Estabelecer uma “intimidade” entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles trazem como indivíduos é fundamental, pois ensinar, implica em rejeição à qualquer forma de discriminação, que ofenda a substantividade do ser humano e negue a democracia.

Sintetizando: ensinar exige estética e ética, decência e boniteza de mãos dadas, no dizer de Paulo Freire. Que os homens e mulheres de boa-vontade, que envergam a camiseta de bons professores, ocupem estes lugares, freireana e veementemente, esperamos! Pensem nisso! Namastê! 

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